sexta-feira, 29 de maio de 2009

terça-feira, 19 de maio de 2009

Ações Individuais e Coletivas

A organização social em condomínios ecológicos, ecovilas, comunidades rurais alternativas; a valorização das culturas locais e a descentralização dos recursos/atividades; a formação de modos cooperativados de consumo, de empreendimentos. São alguns exemplos que podem contribuir para uma menor produção de lixo.
Existem também as ações individuais, no sentido de ressensibilização para a questão. Se o adulto parar, olhar nos olhos de seus filhos e pensar no que está acontecendo hoje e como será daqui a 10, 20, 30 ou 40 anos com este nível de poluição que está sendo lançado hoje, começará a se motivar, parar de usar plásticos, diminuir os descartáveis, a se preocuparem mais com a política num sentido pleno da palavra, até chegarem à reciclagem.

Fonte: Jornal Mundo Jovem / por Marcelo Pelizzoli.


Coleta Seletiva e Reciclagem no Brasil



A administração pública estará sempre com ferro em brasa nas mãos enquanto não se implementar modelos de cidades sustentáveis, retorno a produções e comercialização locais. Reciclagem no Brasil basicamente depende das formiguinhas salvadoras, que são os catadores, as associações que tiram disso seu sustento. Muitas pessoas não tem idéia de quão importante é esse trabalho.

O lixo é nossa parte, faz parte dos alimentos e materiais. Deve ser integrado e não negado, esquecido, misturado. O ápice da dicotomia é o lixo atômico. Todo lixo é natureza - o problema é que alguns demoram milhares de anos para se incorporarem novamente de modo equilibrado. É muito importante que a sociedade se dê conta disso. Primeiro, é preciso reduzir a quantidade de produção de lixo. Segundo, é preciso separar, reciclar. Mesmo a reciclagem, que vem depois da diminuição da produção de lixo, já contribui muito para a redução do aquecimento global, pois está interconectado.
Fonte: Jornal Mundo Jovem /por Marcelo Pelizzoli.


Reciclagem do Lixo


Quando se fala de lixo é preciso retornar o que muitos chamam de quatro erres, que já é clássico. O primeiro erre é REPENSAR. Junto com o repensar a dimensão mais importante ainda, é o RESSENSIBILIZAR, sensibilizar as pessoas, tocá-las afetivamente. A questão ecológica não é a questão verde, não é um ramo da biologia. Esse REPENSAR, RESSENSIBILIZAR é o primeiro ponto, a raiz da coisa.

Depois a REDUÇÃO, o REAPROVEITAMENTO e, por último, a RECICLAGEM. O lixo é um reducionismo para uma gama de materiais diferentes. Só de plástico, por exemplo, há dezenas de formas. O que é preciso dizer é que a reciclagem tem limites; depois de algumas vezes, muitos materiais já não suportam ser reciclados. O grande desafio é o que fazer com uma gama cada vez maior de equipamentos, baterias, pilhas. O problema não são as montanhas de lixo apenas, mas tudo o que está implicado nele enquanto consumo e poluição, exclusão social: dramas humanos por excelência.

Outro problema é como o lixo está dentro do nosso sangue. Novamente o exemplo do cocô na água. Essa mesma água é a que se bebe. Então, o lixo que a gente produz, está no nosso sangue. Ele vai para a terra, para o leite, para a carne. Ele é reprocessado, mas sempre sobra um tipo de molécula e resíduos químicos que voltam. Esse é um problema, por exemplo, do plástico. Há um dado muito interessante, apurado há muito tempo, que mostra que o homem europeu, nos últimos 40 anos, diminuiu em 50% sua produção de espermatozoides, basicamente por causa dos resíduos de plásticos e de agrotóxicos.
Fonte: Jornal Mundo Jovem / por Marcelo Pelizzoli.

Como gerar menos lixo?


O lixo (resíduos) sempre existiu. Mas hoje mostra-se o elemento recalcado e ao mesmo tempo revelador do drama da humanidade. O drama da pobreza, revelado nos resíduos da subnutrição, vestígios da falta de uma série de vitaminas; o drama da riqueza e da lambança, com seus resíduos monstruosos; o drama da autodestruição da saúde. Tudo isso revela o drama da busca estonteante por sentido, por prazer, em objetos que se avolumam e se descartam (pois o desejo não tem fim).

Há uma angústia revelada no lixo, na sua mistura tóxica, no seu esquecimento. O lixo é nossa sombra - pessoas também tornam-se um pouco de lixo. O lixo está na lógica da exclusão que adotamos. E como tudo o que é recalcado, ele retorna subrepticiamente em nossa água ( o cocô que fazemos vai para a água e volta para nossa boca), em partículas no ar, em elementos dentro do leite, da carne, e alimentos em geral.
Fonte: Jornal Mundo Jovem / por Marcelo Pelizzoli.